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iOS 14.2 no iPhone (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

A discussão acontece em torno de uma mudança de privacidade no iOS 14 para exigir que aplicativos tenham permissão para rastrear usuários. A decisão foi criticada pelo Facebook, que prevê uma queda no faturamento com anúncios, já que a coleta de dados pela empresa deverá ficar mais restrita.

Na carta, a Apple afirma que considera a privacidade um direito fundamental e explica que a mudança no iOS 14 foi adiada para o início de 2021. Segundo a empresa, a decisão foi tomada para dar aos desenvolvedores mais tempo para adequarem seus aplicativos e suas práticas de coletas de dados.

“Compartilhamos suas preocupações sobre o rastreamento de usuários sem consentimento e o agrupamento e revenda de dados por redes de publicidade e data brokers”, afirmou. A empresa destacou que não é contra a publicidade ou a coleta razoável de dados, mas criticou práticas comuns de rastreamento.

“Muitas vezes, as informações sobre você são coletadas em um aplicativo ou site de uma empresa e combinadas com informações coletadas separadamente por outras empresas para anúncios direcionados e métricas de publicidade. Às vezes, seus dados são até agregados e revendidos por data brokers, que são terceiros que você não conhece, nem com quem interage. O rastreamento pode ser invasivo, até assustador e, na maioria das vezes, ocorre sem a conscientização ou o consentimento significativo do usuário”.

A empresa também questionou o argumento usado por empresas como o Facebook de que a mudança de privacidade no iOS 14 prejudicaria pequenas empresas. A dona do iPhone afirmou que, na verdade, a situação atual é que beneficia quem conta com grandes conjuntos de dados pessoais. A companhia alegou ainda que não rastreia os usuários, nem troca dados pessoais com outras empresas para criar perfis de usuários.

“Por outro lado, o Facebook e outros têm uma abordagem muito diferente para segmentação. Eles não apenas permitem o agrupamento de usuários em segmentos menores, mas também usam dados detalhados sobre a atividade de navegação online para direcionar anúncios”, apontou a Apple.

“Os executivos do Facebook deixaram claro que sua intenção é coletar o máximo de dados possível em produtos próprios e de terceiros para desenvolver e monetizar perfis detalhados de seus usuários, e esse desrespeito pela privacidade do usuário continua a se expandir para incluir mais de seus produtos”, continuou.

Facebook acusa Apple de distração

As críticas fizeram o Facebook voltar a se posicionar sobre a mudança no iOS 14. A empresa de Mark Zuckerberg alegou que a Apple afirma que a discussão é sobre privacidade, “mas é sobre lucro”. A companhia também considerou a carta como uma forma de tirar a atenção de problemas de privacidade da Apple.

Facebook e Instagram no celular (Imagem: Tecnoblog)

“A Apple está sendo acusada de monitorar e rastrear dados privados de pessoas em seus computadores pessoais sem o conhecimento de seus clientes por meio de sua atualização mais recente para o macOS — e a carta de hoje [a nota foi publicada na quinta-feira (19)] é uma distração disso”, afirmou o Facebook.

A empresa apontou ainda que a Apple tentar mover a internet para um cenário de aplicativos e serviços onde a própria Apple lucra. “Como resultado, eles estão usando sua posição dominante no mercado para dar preferência à sua própria coleta de dados, ao mesmo tempo que tornam quase impossível que seus concorrentes usem os mesmos dados”.

Com informações: MacRumors, 9to5Mac.

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