Os primeiros testes surgiram no Geekbench, um dos poucos benchmarks que servem de parâmetro por ser multiplataforma e calibrado por processador. Nele, um MacBook Air com Apple M1 obteve 1.687 pontos em single-core e 7.433 pontos em multi-core, superando o MacBook mais potente até então, equipado com um Core i9-9980HK, que apresenta 1.095 pontos em single-core e 6.869 pontos em multi-core.
O relatório do Geekbench também informa que o Apple M1 do MacBook Air tem oito núcleos com frequência base de 3,2 GHz, levemente superior ao Apple A14 Bionic hexa-core que equipa os iPhones 12 e o novo iPad Air, que trabalham a 3,0 GHz. Já o Core i9-9980HK é um chip octa-core de 2,4 GHz que pode chegar a 5,0 GHz em um núcleo operando em modo turbo, quando as condições térmicas são favoráveis.
Núcleo baseado em ARM do Apple M1 supera Core i9
A pontuação do Apple M1 dentro do MacBook Air impressiona pelo desempenho por núcleo, que chega a ser similar a de processadores para desktops gamers, como o AMD Ryzen 9 5950X, enquanto a Intel ainda não oferece um chip superior ao M1 em desempenho por núcleo no Geekbench.
Os números sugerem que, se a Apple seguir com os planos de expandir seus chips para 12 ou mais núcleos em gerações futuras, pode deixar para trás concorrentes com arquitetura x86 em workstations. Entre os Macs, o líder em desempenho multi-core é o Mac Pro com Intel Xeon W-3275M de 2,5 GHz, que atinge 18.950 pontos no Geekbench com seus 28 núcleos de CPU trabalhando em conjunto.
Onde está a pegadinha do Apple Silicon?
A maioria dos benchmarks, o que inclui o Geekbench, avalia o desempenho instantâneo, ou seja, o máximo que um chip pode atingir em um curto período de tempo. A performance sustentada, importante em tarefas como renderização de vídeo, pode ser prejudicada pelo design do MacBook Air, que não tem ventoinha e reduz a velocidade quando está quente, em um processo conhecido como estrangulamento térmico.
Além disso, o resultado mostra que o Geekbench rodou em modo nativo, já compilado para a arquitetura ARM. Resta a dúvida sobre o desempenho com softwares antigos, executados com ajuda do Rosetta 2, que traduz o código de x86 para ARM. É natural que haja alguma perda de desempenho no processo — e a Apple ainda não divulga números sobre isso.
Ainda assim, esses dois “problemas” poderiam ser solucionados sem muito esforço. O estrangulamento térmico já parece ser algo previsto pela Apple, uma vez que a empresa utilizou o mesmo chip tanto no MacBook Air quanto no MacBook Pro; a diferença entre eles é justamente a presença de uma ventoinha no modelo mais caro. Já os aplicativos legados são um problema apenas enquanto existirem; o primeiro Rosetta, que traduzia código de PowerPC para Intel, durou quatro anos.
É claro que precisamos de mais testes para tirar conclusões sobre o desempenho dos primeiros Macs com Apple Silicon, especialmente em condições reais — mas é bem provável que estejamos diante de uma mudança significativa no mercado de PCs.
This content was originally published here.