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A Q800T é o modelo menos caro da linha de QLEDs 8K de 2020 da Samsung, que inclui também a Q950T aqui no Brasi. A Q800T está disponível em três tamanhos: 65, 75 e 82 polegadas. A menor, que é essa que testamos aqui, custa R$ 17.999.

As TVs QLEDs possuem um painel retroiluminado por um LED com uma camada do que a Samsung chama de pontos quânticos. Quando a luz do fundo bate nesses pontos, eles emitem as frequências de luz (que são, basicamente, as cores) conforme a necessidade para criar as imagens na tela.

Essa é uma explicação bem simplificada da parte técnica da coisa, e se você acha que já está confuso agora, é porque você não lembrou que a tela em si é só uma parte dessa matemática tecnológica, já que a TV ainda precisa do processador para aprimorar essa imagem. Mas vamos seguir e ir comentando mais sobre as tecnologias da TV ao longo do texto.

Com bordas finas e um design elegante, a Q800T não tem aquele suporte no gap das Q900 do ano passado, que deixa ela bem próxima da parede, como se fosse um quadro, e nem o One Connect, que é aquela caixa preta externa que se conecta à TV por um cabo único. Esses dois itens encarecem o produto e ficam reservados para os “top top” de linha.

Apesar de ser bem fina, a Samsung Q800T de 65 polegadas pesa 24 quilos, mas a base de metal que deixa a TV em pé no móvel pesa sete quilos. Ou seja, a instalação segura aqui é um trabalho para duas pessoas.

A traseira ainda é feita de plástico e tem um esquema de canaletas para organizar os cabos e não ficar aquela bagunça. Do lado direito temos as entradas: são quatro HDMI (sendo que só uma é 2.1), duas USBs, uma ethernet, uma saída óptica de áudio e um conector para antena de TV. Além disso também tem as conexões Bluetooth 4.2 e Wi-Fi 5.

O controle remoto metálico tem infravermelho que permite controlar outros dispositivos compatíveis conectados a TV. Botões dedicados para a Netflix, Amazon Prime Video e o Globoplay também estão aqui.

A Q800T tem suporte a múltiplos assistentes de voz. Durante nossos testes, Alexa e Bixby já estavam disponíveis em português. O Google Assistente também será disponibilizado até o final do ano. Você pode usar comandos de voz para saber a previsão do tempo, pedir para acender a luz de algum cômodo, e assim por diante.

Um detalhe interessante é que você não precisa falar no controle para dar comandos, porque a TV tem o recurso por acionamento a distância (o chamado far field). É só falar em voz alta na sala, até cerca de 1 metro e meia de distância da TV, para acionar os comandos.

Quem usa iPhone tem o AirPlay disponível para parear seu conteúdo na TV, mas quem tem aparelhos da linha Galaxy pode usar o recurso Tap View, que permite espelhar o conteúdo do smartphone apenas encostando o aparelho na lateral da TV.

O sistema operacional Tizen, da Samsung, segue com esse visual limpo, agora com a opção de um tema escuro e muitos aplicativos disponíveis para download.

O Modo Ambiente também tem algumas opções bem legais como a criação de rotinas para colocar informações do dia na tela às 8h da manhã, por exemplo. Algumas opções de imagens e sons de relaxamento também estão disponíveis.

Qualidade de imagem

A imagem da Q800T é bem equilibrada, mas por padrão ela vem com uma configuração de cores mais saturada. É só você navegar pelos modos de imagem para deixar a coisa mais realista.

O brilho é suficiente pra você enxergar tranquilamente numa sala super iluminada, e o ângulo de visão é muito bom, sem perda na qualidade das cores e no brilho para quem estiver sentado mais na ponta do sofá, sem ficar bem de frente pra TV.

Mas, como nem tudo nessa vida é perfeito, a tecnologia de escurecimento local que ajuda a dar um up a mais e realçar a cor preta na TV. O problema é que não dá para desativar completamente essa regulagem, então mesmo se colocarmos no mais baixo, ele ainda pode roubar um pouquinho a cena.

Todo mundo fala muito sobre a profundidade do preto, que precisa aparecer como preto e não cinza na tela. E aqui ele até fica bem escuro, mas isso pode prejudicar um pouco a experiência na hora de ler legendas, porque cria uma espécie de auréola na parte mais clara. 

Isso acontece porque a TV 8K bloqueia mais luz, o que exige que a luz de fundo seja mais brilhante. Lembrando que, geralmente, é melhor deixar a luz de fundo no máximo em ambientes bem iluminados e diminuir em ambientes mais escuros.

Para os gamers de plantão, a dica é conectar o console na porta HDMI 4, porque só ela suporta 4K a 120Hz. A Samsung também ativa um modo automático quando você liga um videogame, então ele reduz a latência e deixa a taxa de atualização da tela variável para se adaptar ao tipo de jogo.

Conteúdo

Passando pro tal do 8K, estamos em 2020 e seguimos batendo naquela tecla de que não existe conteúdo 8K realmente acessível. Nem na Netflix, Amazon Prime Video, HBO… Ou seja, para testar todo o potencial dessa TV aqui, a Samsung tem que mandar um pendrive com um conteúdo gravado nesse formato.

E um parênteses interessante aqui é que a gente ter conteúdo em 8K disponível em massa não é mais uma questão da captação faz tempo. A própria Globo consegue gravar em 8K, mas o bicho pega mesmo na hora da transmissão. Não temos um espectro disponível para isso, e não tem conexão suficiente para isso ser realmente viável.

Então por que alguém vai gastar tanto dinheiro em uma TV que nem tem conteúdo pra ela? Bom, tem alguns motivos que podem ser levados em consideração, e um deles é: ter muito dinheiro e gostar de tecnologia de ponta. Ou já estar de olho no PlayStation 5, que vai ter suporte pra 8K.

Ou se você quer ter uma tela grande em uma sala menor, já que dá pra ficar a 1 metro e meio de distância da TV sem ver os pixels. Afinal, são 33 milhões de pixels nessa 8K, enquanto uma Full HD tem 2 milhões de pixels .Ou seja, aqui eles ficam bem grudadinhos e praticamente não dá pra ver a olho nu.

Mas falando do conteúdo, nos nossos testes rodamos muito conteúdo 4K nos serviços de streaming da vida. Aí eu já antecipo sua pergunta: “mas, Joyce, tem alguma diferença de ver filme 4K numa TV 8K?” Aí eu te digo: tem.

Claro que não é uma coisa gritante e que a gente tem que ter embasamento, ter tido contato com outros produtos, outras tecnologias, para conseguir ver melhor essa diferença. Mas para você entender melhor o que a Samsung faz aqui, a empresa usa uma tecnologia de inteligência artificial que aprimora imagens que estão em resoluções menores, como o HD, Full HD, ou o 4K mesmo, para que elas sejam exibidas sem perda de qualidade na TV 8K.

Sim, esse é o famigerado upscaling. Ele funciona bem, e sequer percebemos que a imagem é muito abaixo do que o aparelho suporta. Claro que não fica aquela perfeição de detalhes quando o negócio vem em HD, mas funciona.

Se não tivesse uma tecnologia desse tipo, um conteúdo em HD ia aparecer só em um pedacinho da tela 8K, já que ela tem quatro vezes mais pixels do que o 4K. Então as fabricantes usam essas tecnologias de upscalling para preencher esses pixels excedentes sem prejudicar a imagem.

Áudio

A Samsung colocou alto-falantes espalhados pela tela com potência de 70W e criou o que ela chama de “som em movimento”. Ou seja, a ideia é que o som vá fluindo, com a ajudinha do processador inteligente, e acompanhando o movimento de cada cena. A proposta funciona bem e o resultado é um som bom e dinâmico, mas não acho que é o suficiente para uma TV de R$ 17 mil.

Mas a Samsung já se antecipou e emprestou também uma soundbar pra gente testar junto com a TV. O modelo era o Q60T. A experiência com a soundbar foi bem legal e deixou a sala bem preenchida. A barra em si e um subwoofer que vem junto do kit ajudaram a dar um grau nos graves, mas sem sobrepor os diálogos, que ficaram bem claros.

O detalhe é que essa soundbar custa quase R$ 3 mil. Sim, mais caro que TV 4K de entrada.

Vale a pena?

TV 8K ainda é um produto extremamente nichado, mas a Samsung está investindo nessa categoria, e para isso adotou uma estratégia de segmentação da linha em 2020, oferecendo diferentes opções de modelos para tentar deixar esse tipo de TV cada vez mais comercial.

A Q800T chegou com a proposta de ser um pouco menos cara do que a Q900R, por exemplo, mas ainda assim o preço é salgado demais para o bolso do brasileiro médio e ainda está bem longe de tornar uma 8K acessível. Atualmente, ainda é mais negócio investir em uma QLED ou OLED 4K.

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